VASCO BALTAZAR / ZITA ROSA

Lisboa

LUSITUDES I | LUSITUDES II

Ciclicamente as inquietudes repetem-se. Lusitudes assentam num tempo em que cuidar da terra era uma troca. Sabia-se que, ao respeitar o solo e os seus tempos, ele retribuiria com alimento. Sabia-se que, mesmo em pousio, ele é fértil. Um tempo que se perdeu e que se tenta recuperar. 

Esta atitude de re-procurar e re-processar a relação natural na agricultura, levou os ceramistas a uma reflexão sobre os utensílios e plantas indispensáveis a esta simbiose. A concepção das peças partiu de uma pesquisa em pleno campo, procurando ramos de árvore e plantas habitualmente utilizadas para fertilizar a terra.

Procurou-se imprimir em Lusitudes esta atitude de renovação – do solo mas também de valores e de ideais. As peças cerâmicas, inspiradas nas plantas forraginosas usadas para enriquecer nutritivamente os solos, são sustentadas por inusitadas forquilhas de madeira de cedro combinando assim dois elementos naturais: o grés e a madeira. Foram elaboradas com técnica mista e cozidas a 1250 °C.